Curiosidades históricas e … lições de vida!
23-02-2021
Curiosidades históricas e … lições de vida!
O “ensino à distância” não é novo! Na imagem da esquerda vêem-se estudantes de Chicago a terem aulas difundidas pela rádio em 1937, durante um surto de poliomielite, demonstrando como a tecnologia pode ser utilizada em tempos de crise.
Num interessante artigo digital, Katherine A. Foss, professora de “Estudos dos Media” numa universidade americana, explica-nos que em 1937 uma grave epidemia de pólio atingiu os EUA. Na época, esse vírus contagioso não tinha cura, e deformou ou paralisou alguns dos infetados. Chicago teve um recorde de 109 casos em agosto, levando o Conselho de Saúde a adiar o início das aulas por três semanas.
Esse atraso desencadeou a primeira experiência de "escola pela rádio" em larga escala através de um programa altamente inovador. Cerca de 315000 crianças, do 3º ao 8º ano, continuaram sua educação em casa, recebendo aulas pela rádio.
Em Chicago, os professores colaboraram com os diretores para criar aulas “no ar” para cada ano de escolaridade, com supervisão de especialistas em cada disciplina. Sete estações de rádio locais disponibilizaram tempo de antena. O dia 13 de setembro marcou o primeiro dia de aula.
Jornais locais imprimiam os horários das aulas todas as manhãs. Estudos sociais e aulas de ciências foram programados para segundas, quartas e sextas-feiras; terças, quintas e sábados eram dedicados ao inglês e à matemática. O dia escolar “no ar” começava com anúncios e educação física. As aulas eram curtas – apenas 15 minutos – proporcionando perguntas simples e amplas e atribuindo trabalhos de casa. O objetivo era ser “divertido, mas informativo”.
As notícias sobre esta nova abordagem da escola pela rádio foram principalmente positivas, mas alguns artigos salientaram os desafios. Algumas crianças estavam distraídas e lutavam para seguir as lições. Não havia como fazer perguntas no momento e as crianças precisavam de mais envolvimento dos pais do que o normal.
Finda esta experiência, as escolas públicas fizeram parcerias com as rádios locais, que passaram a transmitir espetáculos e conferências educativas. A parceria também trouxe mais rádios para as escolas, com professores obrigados a incluir programas no ar nos seus planos de aula. Também ofereceu oportunidades para os alunos participarem em telejornais, mesas redondas de rádio e outras programações.
E nós percebemos que em 2020, “A História repete-se”!
Hoje, como ontem, diretores, professores, pais e alunos têm de recorrer às tecnologias e lutar, dando o seu melhor, para vencer os desafios trazidos pela nova pandemia. E, embora ninguém discuta as enormes vantagens do ensino presencial, também todos podemos tirar lições e tornar positiva esta experiência de ensino à distância, enriquecendo o ensino presencial com o uso inovador de plataformas e ferramentas digitais. Como Katherine A. Foss refere e já todos constatamos, as tecnologias também poderão reduzir o impacto ambiental dos trabalhos distribuídos e ajudar professores, alunos e pais a ligarem-se mais facilmente fora da sala de aula.
Não há dúvida de que as crises trazem também consigo oportunidades de crescimento!